FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO - USP
(1962-1977)

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    Trecho de texto para guia da exposição Flávio Império em cena
    SESC, São Paulo, 1997

    © Márcia Benevento

    O processo de pesquisa de Flávio, como ele mesmo dizia, está na ação. Isto é, na manipulação do movimento e do espaço associada aos conhecimentos de desenho, cor, objetos e materiais, acrescida ainda da exploração de novos materiais ou de seus usos não convencionais, criando possibilidades de "linguagem-manifestação", termo criado pelo artista. Nessa visão nenhuma forma específica de percepção é privilegiada: auditiva, gestual, visual, tátil, tátil-visual. Todas são experimentadas. Por essas práticas explica-se a existência da oficina, do fazer, ou mesmo do uso diferenciado da sala de aula, do "além prancheta", do explorar o espaço físico da faculdade e da universidade.



    Se por um lado a FAU USP nos deu formação originária da Bauhaus, por outro, o professor Flávio Império introduziu a experimentação que trouxe do teatro, da sensibilização corpo-consciência-movimento, originária em parte de sua aproximação com o Living Theatre, mas sobretudo de sua pesquisa constante.

    Impossível dissociar as práticas de ensino do professor - verdadeiras e estimulantes maneiras de comunicar, ou ainda, maneiras de chamar o aluno para a ação - do artista e cidadão, culto, consciente de seu tempo, sempre atento aos acontecimentos do mundo, fossem eles políticos ou artísticos. Sem ser panfletário, seu trabalho sempre revelou forte posição crítica. Essa coerência marcou suas aulas e a relação com os alunos, assim como norteou equipes de trabalho.

    MÁRCIA BENEVENTO

    FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO - USP
    (1962-1977)