ARQUITETURA » ABÓBODAS

CASA JUAREZ BRANDÃO LOPES (1968)


Esta obra pode ser considerada a um só tempo ápice e ruptura da pesquisa conjunta dos arquitetos Flávio Império, Rodrigo Lefèvre e Sérgio Ferro ao longo da década de 1960, cujo pano de fundo era a possibilidade do emprego de abóbodas em habitação popular. Tem estrutura calculada por Ugo Tedeschi e Yukio Ogata, composta de seis pilares e um sistema de vigas de concreto que apóia a cobertura abobadada dupla de vigotas pré-fabricadas com vão preenchidos por blocos cerâmicos. As abóbadas são dispostas no sentido transversal do terreno, com aberturas para os lotes vizinhos.


Segundo o cliente Juarez Brandão Lopes, sociólogo e professor universitário, o detalhamento do projeto por Flávio Império e Rodrigo Lefèvre foi motivo de discussões entre eles: enquanto Flávio queria o fechamento das laterais do piso superior das abóbadas – biblioteca de um lado, armários de uso geral de outro - feito em compensado naval, Rodrigo queria em alvenaria de tijolos, independentemente dos móveis. Para as vedações dos quartos Império propunha simples cortinas enquanto Lefèvre defendia o uso de painéis pivotantes de madeira, garantindo maior privacidade. Na construção, que esteve a cargo da empresa Cempla, prevaleceram as soluções mais perenes ou as menos experimentais.

A casa é exemplar tanto pela racionalização dos materiais e do trabalho no canteiro quanto pela tensão que provoca: está lá, como concessão à realidade e denúncia das contradições sociais daquele tempo, o quarto das empregadas do sociólogo – um volume cilíndrico, chanfrado, desgarrado do corpo principal do edifício, pintado em vermelho.

DESENHO
CANTEIRO
OBRA CONSTRUÍDA
REPERCUSSÃO
DEPOIMENTOS

EM 1968, FLÁVIO E RODRIGO PROJETARAM A CASA DO PROFESSOR JUAREZ BRANDÃO LOPES. ...

SÉRGIO FERRO