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TEATRO OFICINA (1967)

Em 1967, Flávio Império e Rodrigo Lefèvre estiveram encarregados da recuperação do Teatro Oficina, em São Paulo, após um incêndio que destruiu o edifício anterior, projeto do arquiteto Joaquim Guedes. A reforma foi pensada como um espaço de caráter provisório instalado na frente do estreito e comprido lote urbano da companhia teatral, preservando o antigo casarão da parte posterior do terreno, que seria utilizado como apoio à sala de espetáculos (camarins, depósitos, salas de ensaio).

O palco, italiano, apresentava uma plataforma central giratória, e se interpunha entre a antiga construção e uma arquibancada de concreto, que avançava até o alinhamento da calçada; os acessos ao interior eram laterais e em meio-nível da plateia. Na perspectiva do ator, o espaço afunilava em direção à rua com altura crescente da arquibancada e decrescente do forro e no encontro dessas superfícies era instalada, em balanço sobre a calçada, a cabine técnica de som e iluminação, equipamento funcional que entrava na composição da nova fachada do teatro. Nesse palco estreou O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, com direção de José Celso Martinez Corrêa, cenografia e figurinos de Helio Eichbauer, marco da história da dramaturgia nacional.
Quinze anos depois daquela reforma, em 1982, Flávio Império foi assessor do grupo teatral em seu processo de tombamento junto ao Conselho do Patrimônio Histórico, Arqueológico e Artístico do Estado de São Paulo, redigindo parecer que ressaltava as pesquisas cênicas do Oficina e as consequentes modificações sofridas pelo seu espaço físico ao longo dos anos. Nesse sentido, concretizou-se um tombamento orgânico, permissivo a novas mudanças em função de novos trabalhos teatrais. Com projeto de Lina Bo Bardi e Edson Elito surgia, em 1984, o “teatro-rua”: palco longitudinal em desnível ladeado pela plateia alojada em galerias de tubos de aço desmontáveis que hoje conhecemos.
DESENHO
OBRA CONSTRUÍDA
DEPOIMENTOS

QUEIMARAM O TEATRO OFICINA, O TETO VEIO ABAIXO. O FLÁVIO FOI ATÉ LÁ E MORRIA ...

JOSÉ CELSO MARTINEZ CORRÊA