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ALEGRES PINTORES DO BEXIGA (1977)

A exposição explicita, já no título, alguns dos temas caros a Flávio Império, isto é, por um lado, a ligação profunda do fazer pictórico com as alegrias (e tristezas, cabe imaginar) da vida e, por outro, a importância do bairro do Bixiga na sua formação pessoal e artística. Os artistas participantes (além do próprio Flávio Império, Lilia Costa, Heart Smile, Renato Dobal e a “família Mamberti”), assim como o músico Edu Viola, que se apresentou na inauguração da festa-exposição, eram em sua maioria amigos de longa data, e a decisão de expor coletivamente parece derivar mais dessa relação do que uma afinidade artística. A escolha dos espaços expositivos (o Teatro Igreja e o Teatro Célia Helena) também pode ser considerada simbólica e intimamente vinculada à personalidade de Flávio Império, reconhecido homem de teatro que sempre buscava lugares alternativos e com forte personalidade para expor sua obra.

Foi exatamente essa busca constante por caminhos alternativos de distribuição e divulgação de sua obra que levou o artista a conceber e realizar o álbum Caras Cascas Máscaras (1977), que reúne imagens de pinturas e poemas de sua autoria, concebido para ser vendido em bancas de jornal, e que foi lançado durante a exposição. Pode ser interessante lembrar – para evidenciar como Flávio Império esteve sintonizado com as questões do seu tempo, mesmo que em uma posição profundamente anticonformista – que no mesmo ano de 1977, Walter Zanini e Júlio Plaza organizaram, no Museu de Arte Contemporânea da USP, a célebre exposição Poéticas Visuais, que priorizava meios alternativos de criação e circulação artística.

Teatro Célia Helena e Teatro Igreja

21 e 22; 28 e 29 de Novembro de 1977

Festa exposição

Artistas participantes: Lilia Costa, Hart Smile,

Flávio Império, Renato Dobal e família Mamberti

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