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ÓPERA DOS 3 VINTÉNS (1964)

Trabalhando sobre palco italiano, Flávio Império concebe para o espetáculo Ópera dos três vinténs uma estrutura fixa – cortinado e praticável – à qual somam-se, a cada cena, um ou mais elementos através do sistema de varas do urdimento, conformando os ambientes propostos pelo texto. As trocas de cenário muitas vezes se utilizam do fechamento da cortina de boca de cena, que dá espaço para os encontros de rua. Os figurinos, detalhadamente desenhados dão conta de mais de 30 personagens. Uma grande produção fortemente embasada nas premissas brechtianas de espetáculo.

A Ópera dos três vinténs, de 1928, é uma adaptação livre de Bertolt Brecht sobre A Ópera dos mendigos, de John Gay (1685 – 1732). Enquanto Gay ocupa-se na sátira à aristocracia inglesa, Brecht acusa em seu texto a burguesia, ou o pensamento burguês, suas negociatas e vícios do submundo.

A peça tem início na loja de Jonathan Jeremiah Peachum e esposa – uma casa de comércio sui generis onde alugam-se roupas e acessórios para homens pobres mendicantes, tornando-os figuras capazes mesmo de comover os corações cada vez mais empedermidos da sociedade.

Por outro lado, o casal Peachum pretende também tirar proveito de sua formosa filha Polly. Forte se faz sua fúria quando ficam sabendo do futuro casamento da virtuosa menina com o maior ladrão da cidade, Mac Navalha, bandido protegido pelo chefe de polícia.

Enquanto se faz o casamento, em uma estrebaria tomada de assalto pela gangue de Navalha e mobiliada inteiramente por objetos roubados, o casal Peachum articula a prisão do genro.

Negociando com prostitutas e pressionando a chefatura de polícia com a ameaça de que fará uma grande passeata de mendigos no dia da coroação de sua majestade, a Rainha, os sogros conseguem colocá-lo atrás das grades.

Traído por suas fiéis amantes de bordel (ou até da alta sociedade local ), Mac Navalha é por fim, condenado à forca para, em seguida ser definitivamente salvo por um golpe de ironia. Montado em um cavalo branco, seu amigo chefe de polícia, não só o liberta da morte mas anuncia a ordem expressa da Rainha: Mac Navalha é “elevado à categoria de nobre hereditário” tendo casa e comida garantidas até o final de seus dias.

Com direção de José Renato, a montagem inaugurou o Teatro Ruth Escobar, em 1964. O palco italiano foi, novamente, base para o projeto cenográfico de Flávio Império, mesclando a contínua experiência nos diversos formatos de encenação levada a cabo pelo Teatro de Arena e Teatro Oficina.

Estréia
15 de dezembro de 1964
Teatro Ruth Escobar. Sala Gil Vicente
São Paulo - SP

Autoria
Bertolt Brecht
Kurt Weill

Músicas
Kurt Weill

Tradução
Mário da Silva
Raimundo Magalhães Junior

Direção
José Renato

Cenografia
Flávio Império

Figurino
Flávio Império

Iluminação
Cid Cardoso

Produção
Ruth Escobar

Premiação
Prêmio Governador do Estado
Prêmio especial
Sociedade Artística Novo Teatro

COREOGRAFIA RENÉE GUMIEL DIREÇÃO MUSICAL DAMIANO COZZELLA ASSISTENTE ...

CENÁRIO
FIGURINO
EM CENA
PROGRAMA
REPERCUSSÃO