MORTE E VIDA SEVERINA
(1960)

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    Depoimento de Clemente Portella a Maria Thereza Vargas
    2012

    © Clemente Portela

    O cenário de Flávio Império para Morte e vida severina tinha ao fundo uma espécie de rotunda feita com tecido de estopa pintado com cola de madeira (cola de carpintaria), o que resultava em uma aparência de couro seco. As roupas foram confeccionadas com algodão cru e sobre o tecido foi aplicada goma de amido, em seguida as peças foram amassadas. Não havia nenhum panejamento esvoaçante.

    Sobre os rostos dos atores, as máscaras de papelão corrugado evocavam as carcaças de crânio de boi . O cenário do velório tinha um mastro pontuado ao alto por uma dessas máscaras e com argolas de ferro que recebiam as velas que os atores traziam das coxias.

    Já no cemitério os atores entravam em cena mascarados e depois deixavam os adereços no chão, como carcaças abandonadas ao relento - uma referência às gentes morrendo como o gado que se vai com a seca.

    CLEMENTE PORTELA

    MORTE E VIDA SEVERINA
    (1960)