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NOEL ROSA, O POETA DA VILA E SEUS AMORES (1977)

Compostos por trainéis estruturados em recorte de madeira compensada, com fechamentos em malha de algodão tingida, os cenários de Flávio Império para Noel Rosa, o poeta da vila e seus amores funcionam como uma sugestão dos diversos ambientes em que se passam as ações.

A translucidez própria do material utilizado cria, a cada cena, a possibilidade de transformação de sua atmosfera através de simples jogos de luz previamente estudados pelo cenógrafo. Elementos principais de conformação de cada cenário, os leves trainéis de tecido entram e saem de cena sustentados pelas varas do urdimento enquanto plataformas sobre rodas levam e trazem, desde as cochias laterais, objetos complementares - o leito de morte, uma mesa de bar confeccionada em recorte junto à cadeira, etc.

A noite, grande companheira de Noel Rosa, reina ao fundo no ciclorama, confeccionado em malha de algodão tingida e tensionada, com estrelas feitas de pequenos pontos de luz.

Figurinos de construção sofisticada convivem com a figura tradicional do dragão, destaque para o bloco carnavalesco, que conta com os bailarinos para se realizar a cada noite: sua cabeça, sustentada por rodas, e cada parte de corpo, formado por módulos de bambolês e tecido ganham forma através da manipulação.

A história de um dos maiores compositores, sambistas e cantores da música popular brasileira tomou a forma de espetáculo musical. A peça passeia por fragmentos da vida do poeta, alinhavados por algumas de suas mais belas canções.

Desde seu leito de morte, o artista revisita momentos cruciais de sua existência. Mulheres como sua mãe D. Marta, as damas que abalaram seu coração e suas intérpretes favoritas – Marília Batista e Araci de Almeida - protagonizam uma espécie de delírio que recria o clima boêmio da era do rádio, dos carnavais de bloco e dos cabarés típicos dos arredores dos Arcos da Lapa, na cidade do Rio de Janeiro.

Atores, músicos e bailarinos dividem o espaço da cena em uma sequência como que produzida pela livre associação do pensamento moribundo, onde a ordem cronológica se perde.

Noel Rosa, o poeta da vila e seus amores foi o espetáculo inaugural da sede própria do Teatro Popular do Sesi, no hoje tradicional endereço da Avenida Paulista. Foi também a primeira parceria entre Flávio Império, assinando cenários e figurinos, e o diretor da casa, Osmar Rodrigues Cruz, o que iria se repetir por ainda três montagens consecutivas: A Falecida, em 1979, Chiquinha Gonzaga, ó abre alas, em 1983 e O rei do riso, em 1985.

Estréia
27 de maio de 1977
Teatro Popular do SESI
São Paulo - SP

Autoria
Plínio Marcos

Direção
Osmar Rodrigues Cruz

Cenografia
Flávio Império

Figurino
Flávio Império

Coreografia
Carlinhos Machado

Trilha sonora
Caetano Zamma

Realização
Teatro Popular do SESI

ASSISTENTE DE DIREÇÃO PAULO LARA ASSISTENTE DE COREOGRAFIA MARILENE ...

DEPOIMENTOS

NOEL ROSA NÃO ERA LIGADO À FAMOSA EXUBERÂNCIA DA NATUREZA DO RIO DE JANEIRO. ...

FLÁVIO IMPÉRIO
CENÁRIO
FIGURINO
EM CENA
PROGRAMA
CARTAZ